A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), responsável pela prospecção, exploração e comercialização de diamantes, divulgou que o país possui reservas provadas de 831 milhões de quilates, um aumento de 14% face a 2023. Segundo o relatório apresentado por Ady Van-Dúnem, director de Estudos e Projectos Tecnológicos, deste total, 628 milhões de quilates estão na mina do Luele e 173,4 milhões de quilates em Catoca.
As reservas são resultado da análise geológica de 24 minas em operação, sendo que apenas 21 apresentaram dados. Para Van-Dúnem, “os dados demonstram que o potencial de diamantes em rochas pode ser superior, tendo em conta os investimentos em curso em novas pesquisas”. Luele e Catoca, as duas maiores minas em exploração, representam quase 96% do total nacional.
De acordo com o jornal Expansão, 97% das reservas são depósitos primários, ou seja, jazidas em rocha, correspondendo a mais de 820 milhões de quilates. Os depósitos, encontrados em rios, somam quase 11 milhões de quilates, o que representa apenas 3,4% do potencial avaliado para este ano.
As províncias de Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Bié, Cuanza Sul e Huambo têm alto potencial diamantífero. Por outro lado, as regiões do Uíge, Zaire, Luanda e Bengo não apresentam probabilidades de existência de diamantes em terra, segundo o mapa diamantífero de Angola.
Os investimentos no subsector registaram uma queda de 43% em 2024, passando de 380 milhões de dólares para 217 milhões de dólares. A crise económica e as incertezas do mercado internacional de diamantes continuam a afectar negativamente a actividade mineira no país.
Nos depósitos primários, os investimentos recuaram 30,1%, saindo dos 214,9 milhões de dólares em 2023 para 150,2 milhões de dólares no ano passado. A Sociedade Mineira do Luele liderou os investimentos em 2024, com 130 milhões de dólares, superando os 124,2 milhões de dólares do ano anterior.
Em contrapartida, os investimentos da Catoca caíram 76%, passando de 57 milhões de dólares para 16,6 milhões de dólares. No total, Angola produziu 14,08 milhões de quilates em 2024, um aumento de 44% em relação a 2023. Desse total, foram comercializados 10,4 milhões de quilates a um preço médio de 142,9 dólares por quilate, com receitas fiscais de 425,26 milhões de dólares.
Estima-se que a produção chegue a 14,8 milhões de quilates este ano, podendo atingir os 15,1 milhões.

